Há alguns meses, estou aprendendo a entrar em contato com
os meus sentimentos.
Estou, tentando elaborar situações não elaboradas, soltas no
espaço.
Na maioria das vezes, é difícil vivencia-las no aqui-e-agora.
É tão doloroso revivenciar situações dolorosas, que talvez não sejam tão
dolorosas, apenas esquecidas, com tamanha energia emocional.
Há algumas semanas, tive que reviver minhas experiências relacionais
amorosas, tive que botá-las em papel, e pensar em algum modo de finaliza-las.
A maioria dos meus relacionamentos, não foram bem
finalizados, eles faltaram um acréscimo de palavras, um ponto final para
conclui-los.
Talvez foi essa angústia, que ainda me rodeia na maioria dos
relacionamentos que vivencio, seja amorosos ou não, eu não completo com palavras.
Hoje em dia, se pudesse chegar para cada pessoa que
me relacionei, eu diria a verdade daquilo que deixei para trás, eu diria um
obrigado.
Obrigado por passar pela minha vida, obrigado por me fazer chegar a
esse momento de reconhecimento, de amadurecimento.
Eu não sou a mesma de anos atrás, sou eu mesma, eu mesma
fortalecida.
Como já dizia Carlos Drummond de Andrade:
“João amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história”.