quarta-feira, 6 de junho de 2018

Palavras Soltas


Há alguns meses, estou aprendendo a entrar em contato com os meus sentimentos.
Estou, tentando elaborar situações não elaboradas, soltas no espaço.
Na maioria das vezes, é difícil vivencia-las no aqui-e-agora.
É tão doloroso revivenciar situações dolorosas, que talvez não sejam tão dolorosas, apenas esquecidas, com tamanha energia emocional.
Há algumas semanas, tive que reviver minhas experiências relacionais amorosas, tive que botá-las em papel, e pensar em algum modo de finaliza-las.
A maioria dos meus relacionamentos, não foram bem finalizados, eles faltaram um acréscimo  de palavras,  um ponto final para conclui-los.
Talvez foi essa angústia, que ainda me rodeia na maioria dos relacionamentos que vivencio, seja amorosos ou não, eu não completo com palavras.
Hoje em dia, se pudesse chegar para cada pessoa que me relacionei, eu diria a verdade daquilo que deixei para trás, eu diria um obrigado. 
Obrigado por passar pela minha vida, obrigado por me fazer chegar a esse momento de reconhecimento, de amadurecimento.
Eu não sou a mesma de anos atrás, sou eu mesma, eu mesma fortalecida.

Como já dizia Carlos Drummond de Andrade: 

“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história”.




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